A relevância do “Imperativo categórico” de Kant
- Ana Branco

- 12 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de nov.
Kant rompeu com a tendência da filosofia que acreditava que os humanos poderiam ter acesso directo e não filtrado à realidade. Em vez disso, destacou que todo o conhecimento humano se baseia em conceitos que infundimos no nosso encontro diário com a realidade, a fim de transformar essa experiência em algo inteligível. Como transformamos assim os dados que recebemos da realidade num mundo “cognoscível”, os humanos nunca poderão saber com certeza o que é o mundo “real”. E porque não podemos saber com certeza o que está por trás do mundo cognoscível que construímos, uma consequência importante disso, argumentou Kant, é que uma crença religiosa de outro mundo é plausível precisamente porque os humanos nunca poderiam saber directamente o que está por trás do mundo como o conhecemos.
De modo semelhante, Kant sustentou que é apenas no mundo científico e cognoscível que os seres humanos parecem ser determinados por leis físicas e, portanto, isentos dos julgamentos morais que atribuiríamos a agentes com livre arbítrio. Da perspectiva do mundo real, não podemos saber, contudo, se os humanos podem de facto ser agentes livres, cujas acções podem ser julgadas como moralmente boas ou más. E como seres potencialmente com livre arbítrio, argumentou que poderíamos deduzir racionalmente uma regra moral (o "Imperativo Categórico") segundo a qual todo o ser humano deveria ser tratado como um fim em si mesmo, não como um meio para alcançar outros fins, porque isso decorre logicamente do reconhecimento de um ser como agente livre responsável pelas suas próprias acções.
Resumindo, devemos agir conscientes de que a nossa acção deve ser justa a tal ponto que todas as outras pessoas, diante da mesma situação, possam agir da mesma maneira. Pelo imperativo categórico, uma acção deve ser considerada moral quando é universalizável.


















