"Aforismos"
- Ana Branco

- 27 de abr.
- 1 min de leitura
«O homem pensa e o próximo dispensa. Este nem sequer pensa o suficiente para pensar que o outro possa pensar.»
Dramaturgo, jornalista, ensaísta, aforista e poeta austríaco, indicado duas vezes ao Nobel de Literatura, Karl Kraus é considerado um dos maiores escritores satíricos em língua alemã do século XX.
«O aforismo jamais coincide com a verdade; ou é uma meia verdade ou uma verdade e meia», escreveu Kraus a respeito do género em que se tornou um mestre. Inicialmente publicados em pequenas séries na Fackel e depois reunidos pelo próprio em três livros, "Aforismos" constitui a quinta-essência do pensamento de Karl Kraus sobre a natureza e a sociedade, eros e arte, língua e literatura, dando aos leitores, ao mesmo tempo, uma impressão nítida do virtuosismo da sua prosa altamente condensada. Na história do género, os seus aforismos ocupam um lugar de destaque, graças à originalidade e agressividade dos seus pensamentos e à tensão e à energia da sua elaboração linguística.
O que Goethe disse de Lichtenberg — «onde ele faz uma brincadeira, espreita um problema» — também se aplica a Kraus. Mas a afirmação contrária é igualmente válida: Será difícil nomear um problema que Kraus não tenha resolvido no humor de um aforismo.
«A imprensa devastará o que a sífilis deixou. As causas dos amolecimentos cerebrais do futuro já não poderão ser determinadas com segurança.»



















