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Dia do trabalho

  • Foto do escritor: Ana Branco
    Ana Branco
  • 30 de abr.
  • 1 min de leitura

Um idoso, sentado num banco perto da estrada, olhava sereno o tempo que passa. Um carro parou, e o motorista pediu indicações.


- "É logo ali, ao virar". Respondeu-lhe. "Mas vá devagar Sr., porque aqui não se anda depressa". Acrescentou.


- "Não há tempo a perder, amigo. Tempo é dinheiro". Retorquiu o condutor apressado. "Pois é, amigo. Sem dinheiro nada se faz". Sorriu o idoso.


- "É verdade. Há que trabalhar muito para ter dinheiro, uma vida melhor e pagar as contas". Continuou o condutor.


- "Ó amigo, trabalhei toda a vida. Aos seis anos já ia para o campo fazer do que havia para fazer. Levava uns tostões para casa e ajudava a pôr comida na mesa. E ia descalço, porque os meus pais não tinham dinheiro para sapatos". Explicava orgulhosamente o idoso.


- "Outros tempos, meu caro amigo. Hoje, a vida é melhor. Temos casa e carro e já poucos passam fome."


Preparado para seguir caminho, o condutor ainda ouviu. "Está a ver esta bicicleta? É o carro que me vai levar daqui a pouco a casa do meu filho, para ver se ele me dá o almoço."

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