"...la pintura... es un instrumento de guerra ofensivo y defensivo contra el enemigo"

25 de Abril marca o aniversário do bombardeamento de Gernika. Este facto levou Pablo Picasso a criar a cena retratada nesta grande tela que, ao longo dos anos, continua a ser uma das suas obras mais representativas e icónicas, por tudo o que significa.

Picasso não tinha sido muito afectado pela I Guerra Mundial e só com a Guerra Civil Espanhola se interessou por política. As fotografias na imprensa, no início de Maio de 1937, relativas ao bombardeamento de Gernika, tocaram-no profundamente.

Passado pouco mais de um mês, e após 45 estudos preliminares, sai do seu atelier de Paris o painel “Guernica” (3.50x7.82 m) para ser colocado na frontaria do pavilhão espanhol da Exposição de Paris de 1937, dedicada ao progresso e à paz.

Picasso recorreu a formas dramáticas, violentas, a fragmentações e metamorfoses anatómicas que se por um lado criam figuras que não aderem a nenhum modelo "real", por outro exprimem toda a realidade e agonia da dor insuportável. O quadro converte-se numa manifestação da cultura na luta política, ou melhor dizendo, no símbolo da cultura que se opõe à violência: Picasso opõe a criação do artista à destruição da guerra.

«No, la pintura no está hecha para decorar las habitaciones. Es un instrumento de guerra ofensivo y defensivo contra el enemigo.»