top of page

Reflectir com Saramago

  • Foto do escritor: Ana Branco
    Ana Branco
  • 16 de nov.
  • 2 min de leitura

José Saramago, o Nobel da Literatura português, nascido a 16 de Novembro na aldeia da Azinhaga, no Ribatejo, era crítico e céptico quanto ao ser humano. Deixou muito em que reflectir...

" ... as boas coisas para uns precisamente têm os seus poréns para outros ...” (p. 91), no livro "A Jangada de Pedra". “Se o negócio é bom ou mau, isso depende, que o dinheiro não tem sempre o mesmo valor, ao contrário dos homens, que sempre valem o mesmo, tudo e coisa nenhuma” (p. 107), no romance "Memorial do Convento". “O mundo não tem mais problemas que os problemas das pessoas” (p. 40), no livro "O Homem Duplicado".


“...porquê nunca houve uma greve numa fábrica de armamento...” (p. 59). Foi a motivação para Saramago iniciar a escrever um novo livro – "Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas" – que ficou inacabado ao falecer, em Junho de 2010.


“…Todos os países, quaisquer que sejam, capitalistas, comunistas ou fascistas, fabricam, vendem e compram armas, e não é raro que as usem contra os seus próprios naturais. ... É assim, mas não o deveria ser. ...Não temos outro mundo" (p. 29).


A visão de Saramago sobre a sociedade não era boa. “O caos é uma ordem por decifrar” (p. 103), no livro "O Homem Duplicado", resume um mundo e uma sociedade onde as relações humanas são desprovidas de razão e de ética. O ponto central dos seus romances é o homem e as suas relações com o semelhante. O olhar o “outro”. A alteridade.


“Ah, este mundo a que alguns chamam cão. Os cães, decerto lhe chamariam homem.”

(p.113).


O próprio Saramago falava da sua preocupação com o mundo: “A partir de Ensaio sobre a Cegueira passei a escrever, de uma forma mais atenta, sobre o mundo em que vivemos, quem somos, em que nos transformamos.” (Saramago, 2004 como citado em Aguilera, 2010, p. 328).


“A pergunta que todos nós devíamos nos fazer é: O que foi que eu fiz, se nada mudou?

Deveríamos viver mais incomodados.


O amanhã não existirá se não mudarmos o hoje. (…) tudo o que carregamos nos ombros em nossa vida são vésperas, incluindo a desesperança e a desilusão, são as que influenciam no amanhã. É preciso fazer o trabalho todos os dias com as mãos, a cabeça, a sensibilidade, com tudo.” in "As palavras de Saramago".

Mais para ler

© 2024 - 2025 Alegoria do Nada por Ana Branco. Alojamento Wix.com

  • Instagram
  • Facebook
  • Bsky
bottom of page