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Desarrumo a Desordem Aparente

  • Foto do escritor: Ana Branco
    Ana Branco
  • 29 de mai. de 2024
  • 1 min de leitura

Atualizado: 10 de nov.

Ana Branco

Recuso os postulados do desempenho e as suas urgências. Ser tudo, ter tudo, poder tudo é frustrante. Cansa-me a cobrança. Esgota-me a tirania da positividade. Necessito de espaço para o tédio e a contemplação.


Cultivo a improdução.


Vago no tempo experimentado, no tempo que me foi ofertado, no tempo que tenho, no tempo que me importa e em que me demoro. Um tempo puro de vida vivida, objectivamente enfocado, como um aroma percebido, intenso e ressonante.


Experimento o conhecimento da passagem atribulada da existência, vulnerável, sossegada. Dou à vida o seu sentido mais próprio. Experimento o profundo desassossego e a dolorosa estagnação. Conheço a calma de nada esperar. Gozo a gratuidade do momento.

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