As origens da violência
- Ana Branco

- 20 de set. de 2024
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A discriminação e a intolerância pioram as crises e ameaçam o bem-estar e a segurança de todos. Alimentar desigualdades, provoca violência e desestabiliza sociedades e economias. No Dia Internacional da Paz, que hoje se celebra, partilho o excerto de um artigo de Marylène Patou-Mathis sobre as origens da violência.
«(…) Embora hoje seja difícil avaliar a verdadeira extensão dos actos de violência em tempos pré-históricos – já que a avaliação da importância desse fenómeno é provavelmente qualificada pelo estado das descobertas e estudos – é possível apresentar algumas ideias. Verifica-se, por um lado, que o número de sítios pré-históricos em que foram observados actos de violência é baixo, em relação à extensão geográfica e à duração do período considerado (vários 100.000 anos).
Por outro lado, poderíamos concluir que, embora o comportamento violento contra os outros seja antigo, a guerra nem sempre existiu. As suas origens parecem estar correlacionadas com o desenvolvimento da economia de produção, que conduziu desde muito cedo a uma mudança radical nas estruturas sociais.
A violência não está inscrita nos nossos genes. O seu surgimento tem causas históricas e sociais – o conceito de “violência primordial (original)” é um mito. A guerra não é, portanto, inseparável da condição humana, mas é produto das sociedades e das culturas que ela gera. Como mostram os estudos das primeiras sociedades humanas, quando confrontada com crises, uma comunidade é mais resiliente se for baseada na cooperação e apoio mútuo, em vez de individualismo e competição. (…)»



















