Lugares
- Ana Branco

- 10 de fev. de 2024
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Pensei em falar-lhe de todas as vezes que por ali passei, e das pessoas encantadoras que ali encontrei. Enviei-lhe a foto para que, através do meu olhar, pudesse sentir a beleza e calmaria do lugar. Respondeu-me que sim. Compreendia a paixão da minha visão.
Lá longe, onde vivia, a poluição causava-lhe alergia. Os zumbis, como lhe chamava, caminhavam no tempo do dia com a alma vazia. Não conhecia ninguém, cruzava-se com corpos iguais de palavras banais. Sentia falta da dispersão e das nossas conversas, sem tempo nem direção. A conversa da cereja encadeada, como graciosamente recordava.
Gracejava…
Também eu recordava o gracejar… e a razão de ao lugar não mais poder voltar.



















