O Holocausto começou com palavras
- Ana Branco

- 27 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Começa com palavras e termina com atrocidades. É o que acontece quando permitimos que o discurso de ódio, a discriminação e a intolerância floresçam nas nossas sociedades. Na era da Internet e das redes sociais, o poder da propaganda é mais devastador do que nunca. De acordo com um estudo da UNESCO de 2022, quase uma em cada seis publicações nas redes sociais relativas à Shoah nega ou distorce os factos. Mas a educação e o conhecimento podem ajudar a prevenir o genocídio.
A 27 de Janeiro assinala-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Este dia foi implementado através da Resolução 60/7 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a 1 de Novembro de 2005. O tema em 2024 é «Reconhecer a coragem extraordinária das vítimas e sobreviventes do Holocausto». Durante o Holocausto, os nazis fizeram de tudo para desumanizar as suas vítimas. Desafiar os nazis exigiu uma coragem extraordinária. Assim, este ano as Nações Unidas prestam homenagem à coragem de todos aqueles que enfrentaram os nazis, apesar dos graves riscos, de modo a honrar o seu legado com as suas histórias.
No contexto das comemorações, a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA) apresentou a Carta para a Salvaguarda dos Sítios que considera que todos os sítios autênticos ligados ao Holocausto e ao genocídio dos Roma são um testemunho duradouro do passado que deve, tanto quanto possível, manter a sua presença na actualidade.
O Holocausto afectou profundamente os países onde foram perpetrados crimes nazis, com implicações e consequências universais em muitas outras partes do mundo. Os Estados-Membros da ONU partilham a responsabilidade colectiva de abordar o trauma residual, de manter políticas de memória eficazes, de cuidar dos locais históricos e de promover a educação, a documentação e a investigação, mais de sete décadas após o genocídio. Esta responsabilidade implica educar sobre as causas, consequências e dinâmicas de tais crimes, de modo a fortalecer a resiliência dos jovens contra ideologias de ódio. À medida que os crimes de genocídio e atrocidades continuam a ocorrer em diversas regiões, e à medida que assistimos a um aumento global do antissemitismo e do discurso de ódio, isto nunca foi tão relevante.


















