“Opinião pública”
- Ana Branco

- 18 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 18 horas
A discussão pública obriga a certa racionalidade, uma vez que os argumentos e contra-argumentos expostos têm de ser justificados e criticados, envolvendo avaliação, reflexão e julgamento. No entanto, o meio cultural, a personalidade, a impossibilidade de obter todas as informações, os estereótipos, as emoções e tantos outros determinantes impedem a formação de uma opinião racional e pura.
Os acontecimentos, por si sós, não provocam, nem tampouco influenciam, o aparecimento da opinião. São os acontecimentos tornados importantes, seja pela comunicação social seja pelo grupo social de pertença, que afectam a sensibilidade individual provocando uma reação emocional. Depois há os grupos de opinião e os grupos de pressão. A opinião pública reside cada vez mais na influência que os grupos de pressão exercem em todo o mundo.
Gustave Le Bom, em “As Opiniões e as Crenças”, considerava que "os homens, na sua imensa maioria, possuem somente opiniões colectivas e que os mais independentes professam, em geral, as opiniões dos grupos sociais a que pertencem". Gabriel Tarde, em “Introdução à Psicologia Social”, também entendia a opinião pública como "um grupo momentâneo e mais ou menos lógico de julgamentos que, respondendo a problemas propostos, em dado momento, se acham reproduzidos, em numerosos exemplares, em pessoas do mesmo país, do mesmo tempo, da mesma sociedade". Esse julgamento individual, reproduzido em diversas pessoas, as quais, apresentando pontos de vista semelhantes, não se interessam pela discussão pública dos assuntos, constitui característica típica da massa. É importante salientar que a massa que gera a opinião pública é um mito. Se houver diálogo à base de considerações racionais, a opinião pública é real e não uma espécie de ideal cada vez mais utópico que resvala em confusão e tumulto.



















