"Porque não sou cristão"
- Ana Branco

- 6 de mar.
- 2 min de leitura
Quase um século antes de livres-pensadores e ateus como Richard Dawkins e Christopher Hitchens, existiu Bertrand Russell. "Porque não sou cristão" foi, originalmente, um discurso proferido por Russell no domingo, 6 de Março de 1927, na Prefeitura de Battersea, Londres, Reino Unido.
"O que realmente leva as pessoas a acreditar em Deus não é qualquer argumento intelectual. A maioria das pessoas acredita em Deus porque foram ensinadas desde a infância a fazê-lo, e essa é a principal razão. Então penso que a próxima razão mais poderosa é o desejo de segurança, uma espécie de sentimento de que existe um irmão mais velho que cuidará de si. Isso desempenha um papel muito profundo em influenciar o desejo das pessoas de acreditar em Deus.”
É o escrito anti-religioso mais incendiário de Russell, provocando muitas vezes uma forte reacção entre os pios. Ajudou a abrir a porta para a desmistificação da religião, escrevendo em linguagem simples numa época em que durante séculos se dizia às pessoas que discussões sérias sobre o Deus cristão abraâmico exigiam um conhecimento detalhado do latim, da história da Igreja e da teologia. Russell não acreditava em nada disso. Não apenas criticou a divindade cristã em particular, mas também todas as crenças religiosas e dogmáticas.
“Acho que todas as grandes religiões do mundo – Budismo, Hinduísmo, Cristianismo, Islamismo e Comunismo – são falsas e prejudiciais. É evidente, por uma questão de lógica, que, uma vez que discordam, apenas uma delas pode ser verdadeira. Com muito poucas excepções, a religião que um homem aceita é a da comunidade em que vive, o que torna óbvio que a influência do ambiente é o que o levou a aceitar a religião em questão.”



















