"Posições"
- Ana Branco

- 9 de out.
- 1 min de leitura
Excerto do livro com três entrevistas do filósofo Jacques Derrida, concedidas a Henri Ronse, Julia Kristeva e Guy Scarpetta. As entrevistas constituem, de facto, um gesto de interpretação activa da obra do filósofo em que ele e os seus entrevistadores se tornam interlocutores, garantindo o dinamismo e a profundidade da leitura.
«Procuro conservar-me no limite do discurso filosófico. Digo limite, e não morte, pois não acredito em absoluto nisto que se nomeia atualmente de “a morte da filosofia” (nem acredito na morte do que quer que seja, do livro, do homem ou deus; até porque, como se sabe, o morto conserva uma eficácia bem específica). Limite, pois, a partir do qual a filosofia se tornou possível, se definiu como episteme, funcionando no interior de um sistema de restrições fundamentais, de oposições conceituais fora das quais ela se torna impraticável (...) ‘Desconstruir’ a filosofia seria assim pensar a genealogia estruturada dos seus conceitos da maneira mais fiel, a mais interior, mas ao mesmo tempo desde um certo exterior inqualificável para ela, inominável, determinar o que essa história pôde dissimular ou proibir, fazendo-se história exatamente através dessa repressão, de uma certa forma, interessada.»



















