Relações complexas
- Ana Branco

- 6 de set.
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Atualizado: há 18 horas
“Religião, política e futebol não se discutem”, diziam-me. O argumento é termos ideias fixas sobre estas questões. Discuti-las acaba, geralmente, em conflito. Durante muito tempo, respeitei a regra. Nestes últimos anos, a política ganhou um poder sobre a sociedade que o silêncio não consegue suportar.
Não é de estranhar que surjam estudos sobre como a polarização política está a influenciar as decisões pessoais e o "rótulo partidário" de uma pessoa esteja a actuar como um indicador de outras características, sobrestimando o papel do partidarismo na vida privada. Muitas vezes, dou comigo a reflectir se as pessoas que conheço desde criança sempre defenderam os valores que agora proclamam ou se estão apenas a ser manipuladas.
As prioridades de cada um de nós, sempre se reflectiram nos valores que defendemos para a sociedade. Mas, uma coisa é defendermos certos valores, outra, muito diferente é defendermos violência com quem tem valores diferentes. E, quando a defesa é baseada em argumentos nascidos da desinformação, da ignorância e do preconceito, afecta a vida de todos nós.
As descobertas destes estudos (este, por exemplo) indicam que a influência do partidarismo está ao nível dos critérios convencionais, como a aparência física, mas a tolerância para com pontos de vista opostos desempenha um papel ainda mais forte. É facto. A minha tolerância, para com quem defende a violência e a ignorância como conhecimento, está reduzida a zero e a afectar as minhas relações com as outras pessoas.



















