Um dos grandes pensadores do século XX
- Ana Branco

- 14 de mar.
- 2 min de leitura
Raymond Aron defendia que a democracia liberal é o único regime político capaz de preservar os princípios fundamentais do liberalismo e da dignidade humana. Aron definiu a sua obra como «uma reflexão sobre o século XX, à luz do marxismo, e uma tentativa de explicitar todos os sectores da sociedade moderna: a economia, as relações sociais, as relações de classe, os regimes políticos, as relações entre as nações e as discussões ideológicas». Reflexão que tem por princípio pensar a História tal como ela se fez e não tal como ela é sonhada.
«Penso que as democracias são fundamentalmente conservadoras, na medida em que querem conservar os valores tradicionais sobre os quais a nossa civilização foi fundada; em relação aos que querem instituir uma existência plenamente nova, uma existência militar, fundada sobre a mobilização permanente; em relação a estes, somos conservadores. Em relação aos que querem dirigir completamente a economia e introduzir a técnica até na propaganda; em relação aos homens que querem utilizar todos os homens como objectos de propaganda, somos também conservadores, já que somos liberais que querem salvar qualquer coisa da dignidade e da autonomia pessoais.»
Raymond Aron in "États démocratiques et États totalitaires"
A História, segundo Aron, não é linear nem fixa. Ela está em movimento, segundo a fórmula de Arnold Toynbee pela qual nutria tanta afeição: «History is again on the move». Ela assiste a acelerações brutais onde se joga o destino dos indivíduos, dos povos e dos Estados. Na era da História Universal, as sociedades frias, no sentido de Lévi-Strauss, são reduzidas a alguns povos da Amazónia ou da Oceânia, ao mesmo tempo que a quase totalidade da humanidade vive em sociedades quentes, onde a mudança é permanente. A mudança é causada por três motores: as evoluções longas do capitalismo, do sistema internacional e das mentalidades; a configuração e as relações de poder entre os Estados e a vontade, a imaginação e a previdência dos dirigentes.
Referência: “O Pensamento de Raymond Aron – Ensaios e interpretações”


















